Passam já das três da manhã, e há muito que devia estar a dormir, mas, apesar do sono, não me apetece, mesmo sabendo que amanhã será uma tarefa hercúlea levantar-me das profundezas dos lençóis e ganhar força para enfrentar um dia, frio e longo como o de hoje.
Apetece-me escrever, deitar alguma coisa cá para fora, mas na realidade não sei bem sobre o que falar, reflectir. Apetece-me condensar numa só frase, numa só palavra o mundo, a realidade, a vida. Parece simples. Mas não. Peço desculpa pelo total desinteresse destas palavras, coitadas, não têm culpa de terem sido escritas a horas tão tardias, só porque a alguém lhe apeteceu escrever e demasiado cansado se encontrava para se levantar e apanhar um caderno e uma caneta. Até porque gosto mais de ver as minhas letras surgirem, como um desenho, as curvas suaves interligadas que formam caminhos sinuosos de significados, que compõem uma sinfonia tipográfica rabiscada, e, no fim, um todo coeso de uma mancha gráfica que encerra uma ideia, uma história.
Lamento não escrever mais. Por preguiça. E por ter falta de coragem. Parece sempre sair um cagalhoto literário que a ninguém interessa. Uma vez mais peço desculpa. Escrevo para mim... Só porque sim.
15/04/2010
13/04/2010
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