25/11/2008

Kanguru diz-me tu quantos hipopótamos tens tu


Os japoneses nunca as tinham visto...

20/11/2008

Urbanidade(s)











Meu Amigo

A aparência
é apenas um vestido que levo,
um vestido cuidadosamente urdido
que me protege das tuas perguntas,
e a ti do meu desinteresse.

O "eu" que há em mim,
meu amigo,
vive na casa do silêncio,
e ali ficará sempre,
irreflectido, impraticável.
Não te levarei a a creditar no que digo,
nem a confiar no que faço,
porque as minhas palavras mais não são que os teus prórprios pensamentos
convertidos em som,
e as minhas obras
são as tuas próprias sentenças
materializadas em actos.

Quando dizes:
- O vento sopra de Leste,
digo:
- Sim, sopra sempre de Leste;
mas não quero que saibas
que então o meu espírito
não se ocupa do vento,
mas sim do mar.

Tu não podes entender os meus pensamentos,
filhos do mar,
nem me interessa que os compreendas.
Prefiro continuar sozinho
com o mar.

Meu amigo,
quando para ti é dia,
para mim é noite;
mas nem por isso deixo de falar-te
da luz do dia que banha os cumes
nem da sombra cor de púrpura
que avança pelos vales;

porque tu não podes ouvir
as canções da minha obscuridade,
nem podes ver as minhas asas
adejando contra as estrelas;

e não me interessa que ouças ou vejas
o que há em mim.

Prefiro estar sempre
sozinho na noite

Quando sobes ao teu céu,
desço ao meu inferno.

Então chamas-me
através
do abismo intransponível
que há entre ti e mim:
- Companheiro! camarada!
e eu respondo:
porque não quero
que vejas o meu inferno.

Ficarias cego com as chamas,
e asfixiado pelo fumo.

E eu amo demasiado o meu inferno
para te deixar visitá-lo.

Prefiro estar sozinho no meu inferno.

Tu amas a Verdade, a Beleza, a justiça,
e eu para te comprazer
digo que estou de acordo contigo
e que está certo
que ames essas coisas.

Mas no fundo do meu coração,
rio-me do teu amor por elas.

Contudo, escondo-te o meu riso,
porque prefiro rir-me sozinho.

Meu amigo,
és bom, prudente e sensato;
mais ainda, és perfeito.

Por mim, falo contigo
com sensatez e cautela, mas...
estou louco.

Oculto é a minha loucura
com uma máscara.

Prefiro estar louco sozinho.

Meu amigo,
não és meu amigo.

Mas como fazer-te
compreender isto?

O meu caminho
não é o teu caminho,
e, contudo, caminhamos juntos,
de mãos dadas.

Khalil Gibran, O Louco, Editorial A. O., 1989

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