17/07/2009

Um Novo Estado Novo...?


Li no jornal há uns dias atrás que aquela persnoagem ignóbil que comanda o Arquipélago da Madeira, proferiu mais uma das suas brilhantes tiradas, perante as quais a melhor solução será uma gargalhada estridente. Assim mitigamos a vontade de chorar quando nos recordamos das bestas que nos governam. E assim é porque nós merecemos, nós portugueses.
Desta vez o tio Alberto, defendeu que o comunismo deveria ser proibido na Constituição. Ora sabemos que o comunismo falhou redondamente. Mas isso não significa que a ideologia seja intrinsecamente má, até pelo contrário, é talvez a melhor, no entanto não funciona. Haverá sempre uma vil tentação pelo poder e a igualdade não passará de um triste nivelamento por baixo, impedindo quaisquer aspirações.
O que é verdadeiramente assustador, é que nos últimos tempos tem havido um discurso saudosista desenterrando o nosso velho Estado Novo. Aquela outra senhora que exala competência e seriedade (competente não sei, séria sim senhora) Manuela Ferreira Leite cometeu uma "gaffe" muito reveladora (que de "gaffe" não tem nada) afirmando que só com a interrupção temporária da democracia seria possível "endireitar" o país. Ora há mais de 80 anos foi isso que aconteceu e o país asfixiou durante 48 anos. Ainda há que frisar, aquele concurso organizado pela RTP, O Melhor Português de Sempre. Como é possível alguma vez na vida considerar Salazar o melhor português de sempre? Ele que o mais longe que alguma vez foi, foi Badajoz! Ele que numa época em que Portugal era um "imenso império" nunca visitou uma única colónia! Não admira que ele tenha arrastado o país para uma guerra estúpida, contra a merecida autonomia dos povos carinhosamente tratados pelo colonialismo português.
Sinceramente tenho pena, verdadeira e honesta pena, das muitas pessoas (não quero dizer os portugueses, porque afinal apenas era um programa televisivo) que se revêem neste avaro chefe de Estado. Chega de saudosismos idiotas de um tempo em que a vida NÃO era melhor. Será que as pessoas esquecem assim tão facilmente? Ou então a vidinha que tinham era-lhes suficiente, e mais uma vez, que pena...
A nossa democracia está doente. Mas assim é porque NÓS deixámos. Já passou o tempo do pessimismo, as coisas vão piorar. Mas e agora? O que fazer? Uma coisa é certa, em momentos de crise profunda não podemos pôr em stand-by valores alienáveis.
Sejamos mais exigentes. Façamos ouvir o nosso descontentamento, não apenas no café ou no sofá, em manifestações que paralisam em vez de ajudarem de facto o país. Ajamos. Trabalhemos mais e melhor. Patriotismo não é gritar pelo Cristiano Ronaldo oum pendurar uma bandeira made in China na marquise! Patriotismo é sermos bons, bons no que fazemos, bons para com os outros.
O importante é que se faça alguma alguma coisa. Não paremos. Estagnar é morrer.

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